sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Mulheres do PCdoB têm presença marcante em ato com Eduardo Paes

30 DE AGOSTO DE 2012 - 15H37 
Por  Helena Piragibe – Secretária da Mulher do PCdoB-Rio 

O Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), esteve presente ontem, na quadra da Escola de Samba Unidos da Tijuca, na Avenida Francisco Bicalho, 47, na Leopoldina; em um evento onde encontrou diversas lideranças dos movimentos feministas. 


Paes
 Eduardo Paes, ao lado de lideranças do PCdoB e de outros partidos da coligação.

O evento "Somos um Rio de Mulheres" contou também com a presença de muitas lideranças partidárias e militantes, que se reuniram para entregar as propostas de políticas públicas ao prefeito.

A Presidenta do Comitê Municipal do PCdoB na capital fluminense, Sonia Latgé, fez suas considerações sobre a importância do evento, salientando que: “No nosso entendimento, esse ato, além de servir para mobilizar as lideranças mulheres da base de aliança do governo, serviu para reafirmar os compromissos do Prefeito para seu novo mandato na ampliação das políticas públicas de proteção às cariocas. Neste sentido, a direção do PCdoB, através de sua Secretaria Municipal e Comissão de Mulheres, elaborou uma proposta de plataforma que foi entregue a Eduardo Paes pela Deputada Federal comunista, Jandira Feghali, que falou pelo partido.”

Questionada sobre a importância do ato, a Presidenta Estadual do PCdoB, Ana Rocha, disse que: "É entusiástico, já que temos nossa representatividade aqui, e temos a possibilidade de entregar nossas propostas de políticas públicas diretamente ao prefeito".

A Secretária Municipal de Mulheres do PCdoB, Helena Piragibe, analisou que: "Embora tenhamos avançado nas políticas públicas para mulheres na cidade do Rio, em algumas áreas ainda há lacunas que são reconhecidas pelo prefeito e que poderão ser preenchidas, com destaque à saúde da mulher, educação em tempo integral e construção de novas creches, mas também é preciso ter coragem para ousar e criar o Conselho e a Secretaria de Mulheres, considerando os cortes de gênero, raça, etnia, orientação sexual e geracional, além da população com deficiência física", finalizou a comunista.


Confira na íntegra a Proposta elaborada pelo PCdoB e entregue a Eduardo Paes:


Companheiras


Para o movimento suprapartidário Mulheres com Eduardo Paes é fundamental dar continuidade as Políticas Publicas para as mulheres porque compreendemos que essas políticas tem um significado estratégico para a redução das desigualdades de gênero e para liberação da energia das mulheres para a construção de Rio mais democrático, rico em oportunidades e mais feliz.

Após 4 anos de mandato defendemos que o Poder Municipal esta maduro para propor a criação daSECRETARIA MUNICIPAL DE MULHERES e constituição do CONSELHO MUNICIPAL DA MULHER que contribuirão para a elaboração e implementação de políticas públicas municipais que consagrem uma visão logística dos indivíduos, considerando os corte de gênero, raça, etnia, orientação sexual e geracional, além da população com deficiência física.

Para tanto, mister faz-se implementar: 

1- SAÚDE

• Fortalecer o SUS e interromper o processo de privatização nas unidades de saúde.
• Ampliar o Programa Cegonha Carioca para todos os bairros e promover a instalação de centros de parto natural.
• Assegurar o acesso regular a exames preventivos de câncer de mama e cérvico-uterino.
• Implantar a coleta itinerante de leite materno e garantir a manutenção da qualidade do Programa de Combate as DST's/AIDS, com atenção especial para população feminina.


2- ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

• Instalar o disque SOS Mulher Municipal.
• Garantir a implementação da Lei 10.7782003 sobre a Notificação Compulsória de casos de Violência contra a mulher atendidos em serviços de saúde.
• Ampliar o número de Casas Abrigo Municipal para as mulheres em situação de violência com risco de vida, acompanhada dos seus filhos, garantindo o sigilo do local.


3- TRABALHO E GERAÇÃO DE RENDA

• Criar o Selo Municipal Empresa Amiga da Mulher concedendo incentivos fiscais às empresas que adotarem políticas que visem à construção da equidade de gênero tais como: promoção de mulheres aos cargos de chefia; adesão à ampliação da licença maternidade e da licença paternidade; salário igual por função igual entre homens e mulheres, empresas que aumentem a contratação de mulheres nos quadros de funcionários, especialmente nos setores econômicos ditos “ masculinos “, como a construção civil ; concessão de licença temporária remunerada para funcionárias em situação de violência doméstica, amparados pela Lei Maria da Penha ; disponibilização de creches para os filhos de funcionárias e funcionários, etc.
• Adesão do Município ao Programa Pró-Equidade de Gênero da SPM
• Criar iniciativas de formação , qualificação profissional e tecnológica que contribuam para a superação das desigualdades de classe, gênero,raça, etnia, de orientação sexual e geracional. 


4- EDUCAÇÃO

• Expandir a rede de creches municipais e estabelecer horário integral de funcionamento , estimulando sua criação nas empresas locais.
• Expandir as escolas publicas de boa qualidade e integral.
• Garantir a inclusão nos currículos escolares da história da África e da Cultura Afro-brasileira e Africana e de gênero.
• Garantir Programas de inclusão digital com locais e horários alternativos para as mulheres e com segurança.


5- COMUNICAÇÃO E MÍDIA

Garantir que a produção de peças publicitárias da Prefeitura, a serem veiculadas nas diferentes mídias, tenham preocupação em combater as discriminações e promovam novas relações sociais de gênero.


6- HABITAÇÃO

• Garantir o acesso das mulheres a titularidade de lotes e casas criando Programa de financiamento de moradia para as mulheres chefes de família e baixa renda.
• Garantir as mulheres chefes de família ao Programas de financiamento habitacional.

Fonte: http://www.vermelho.org.br/rj/noticia.php?id_noticia=192570&id_secao=101

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Atualização do Mapa da Violência revela que número de homicídios de mulheres continua a crescer



Neste mês de agosto foi divulgada a atualização do Mapa da Violência 2012, com informações sobre homicídios de mulheres no Brasil. O documento, de autoria de Julio Jacobo Waiselfisz com o apoio do Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela) e da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso), foi produzido para somar esforços no enfrentamento à violência contra a mulher.
"O Mapa é um grito de alerta para as autoridades brasileiras É uma forma de mostrar que o problema é mais grave do que o que se imaginava. O Mapa da Violência atua como um termômetro e o que se vê é que a febre está muito alta e não sabemos qual a enfermidade”, aponta o autor do documento.
O Mapa da Violência atualizado incorporou dados de homicídios e de atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS), que no relatório anterior eram preliminares. O documento oferece informações de 1980 a 2010 sobre casos de assassinatos de mulheres, detalha a faixa etária das principais vítimas, os locais onde os crimes costumeiramente acontecem, os principais tipos de armas usadas e os estados brasileiros com as taxas mais elevadas de homicídios de mulheres.
Entre os dados mais relevantes descobertos após a atualização, Jacobo destaca o crescimento dos assassinatos de mulheres após 2010. "O Mapa preliminar mostrava que os homicídios femininos haviam estagnado, mas na verdade eles continuaram a crescer. E na atualidade esse aumento ainda segue. Mecanismos como a Lei Maria da Penha ainda não estão dando o resultado pretendido. Os esforços ainda são insuficientes para estagnar a espiral de violência contra a mulher”, denuncia o autor do Mapa da Violência, apelando para que se redobrem os trabalhos e esforços.
A gravidade deste problema está marcada também no contexto internacional. Em uma lista com 84 países, o Brasil está em 7º lugar nas taxas de homicídio feminino (4,4 em 100 mil mulheres) e perde apenas para El Salvador (10,3), Trinidad e Tobago (7,9), Guatemala (7,9), Rússia (7,1), Colômbia (6,2) e Belize (4,6).
"Há uma falta de consciência com relação ao problema e existe ainda a tolerância institucional que torna a vítima culpada. Existem mecanismos que justificam os crimes contra as mulheres, como por exemplo, dizer que algumas mulheres se vestem como vadias e por isso acabam sendo estupradas. É como se uma dose de violência contra a mulher fosse aceitável e até necessário”, critica o autor do Mapa, denunciando também que as instituições que deveriam proteger as mulheres não estão cumprindo seu papel.
Mapa da Violência em números
A partir de dados do Sistema de Informações de Mortalidade, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde - fonte básica para a elaboração do Mapa - registrou-se o assassinato de 92.100 mulheres no Brasil entre 1980 e 2010, 43,7 mil apenas na última década. O número de mortes em 1980 passou de 1.353 para 4.465 em 2010, cifras que representam aumento de 230%.
O Mapa mostra que as maiores taxas de vitimização de mulheres está no intervalo entre 15 e 29 anos, com ascendência para a faixa de 20 a 29, que é o que mais cresceu na década analisada. Já no grupo acima dos 30, a tendência foi de queda.
Estas mulheres continuam sendo vitimadas em sua residência (41%) e o principal instrumento utilizado são armas de fogo. Eles também são mortas com meios que exigem contato direto, como a utilização de objetos cortantes, penetrantes, contundentes e sufocação, deixando clara maior incidência de violência passional.
Os pais são identificados como agressores quase exclusivamente até os 9 anos das meninas e na faixa dos 10 aos 14, como principais responsáveis pelas agressões. A partir dos 10 anos, se sobressai a figura paterna como responsável pela agressão. Já com o passar dos anos, este papel vai sendo substituído pelo parceiro, namorado ou os respectivos ex, que predominam a partir dos 20 anos da mulher até os 59. A partir dos 60, os filhos são os responsáveis pela violência contra a mulher.
No Brasil, o Espírito Santo está no topo da lista de homicídios femininos. Sua taxa de 9,6 homicídios em cada 100 mil mulheres, mais que duplica a média nacional e quase quadruplica a taxa de Piauí, estado com o menor índice do país.



Hanking da Violência contra a Mulher no 

Brasil



Tabela 4.1. Número e taxas de homicídio feminino (em 100 mil mulheres) por UF. Brasil. 2010.


UF                     Nº            Taxa            Pos.                       UF                        Nº        Taxa           Pos.


Espírito Santo    175             9,8                 1º                        Rondônia                 37        4,8             15º
Alagoas              134            8,3                 2º                        Amapá                    16         4,8             16º
Paraná                338           6,4                 3º                        Rio Gde do Norte      71        4,4             17º
Pará                    230           6,1                4º                        Sergipe                    45         4,2             18º
Mato G. do Sul     75            6,1                5º                        Rio Gde do Sul        227         4,1             19º
Bahia                  433           6,1                6º                        Minas Gerais          405          4,1             20º
Paraíba               117           6,0                7º                        Rio de Janeiro         339          4,1              21º
Distrito Federal    78             5,8                8º                        Ceará                     174          4,0              22º
Goiás                  172          5,7                 9º                        Amazonas               66          3,8              23º
Pernambuco       251           5,5                10º                        Maranhão              117          3,5               24º
Mato Grosso        80           5,4                11º                        Santa Catarina       111          3,5               25º
Tocantins             34           5,0                12º                        São Paulo             671          3,2               26º
Roraima               11           5,0                13º                        Piauí                       40         2,5               27º
Acre                     18          4,9                14º

Brasil 4.465 4,6

Fonte: SIM/SVS/MS




Tabela 5.1. Taxas de homicídio feminino nas Capitais (em 100 mil mulheres) por UF. Brasil. 2010


UF                                Nº             Taxa     Pos.            UF                            Nº           Taxa      Pos.

Vitória                           23             13,2       1º             Aracaju                         18            5,9          15º
João Pessoa                 48             12,4        2º             Fortaleza                      76             5,8         16º
Maceió                         59              11,9       3º             Brasília                         78             5,8         17º
Curitiba                         95              10,4       4º             Boa Vista                       8            5,6          18º
Salvador                       118              8,3        5º             Campo Grande              22            5,4         19º
Recife                           63               7,6        6º              Manaus                        48            5,2         20º
Goiânia                         46                6,8       7º              Belém                          36            4,9         21º
Porto Alegre                  50                6,6       8º              Rio de Janeiro              130           3,9         22º
Macapá                        13                6,4       9º              Cuiabá                           10           3,5         23º
Rio Branco                    11                6,4      10º             Teresina                         14           3,2        24º
Natal                             27               6,3      11º              Florianópolis                    7            3,2       25º
São Luís                        34               6,3      12º              São Paulo                    163           2,8        26º
Belo Horizonte               78                6,2     13º              Palmas                            2           1,7        27º
Porto Velho                   13                 6,2    14º             

Capitais                   1.290          5,4




Fonte: SIM/SVS
Fonte: Adital, por Natasha Pitts - 17/08/12

Ouvidoria da Mulher, da SPM, recebe denúncia de agressão física contra a mulher ocorrida durante ritual religioso



SPM vai encaminhar caso ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; estudante foi encaminhada a atendimentos jurídico e psicológico.
A Ouvidoria da Mulher, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), recebeu nesta segunda-feira (20/08), em Brasília, uma denúncia de agressão contra a mulher ocorrida no Paranoá, cidade satélite do Distrito Federal. Uma estudante de 19 anos foi agredida num ritual de “exorcismo” por três homens que se identificaram como pastores.
Representantes do Fórum da Mulher do Distrito Federal e da Associação das Mulheres do Brasil (AMB) entregaram um manifesto à ouvidora da SPM, Ana Paula Schwelm Gonçalves. O registro da denúncia também foi acompanhado pela diretora de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Karina Morelli. a técnica de complexidade intelectual Luciana Santos e a assessora técnica da Ouvidoria, Renata Sakai. A secretária de Articulação Institucional e Ações Temáticas, Vera Soares, e a coordenadora geral de Fortalecimento da Rede de Atendimento, Gláucia Souza, também presenciaram os relatos da agredida e das integrantes das organizações.
“Não somos contra religiões, mas sabemos que muitas mulheres não denunciam as agressões sofridas por fatores religiosos”, declarou Leila Rebouças, coordenadora do Fórum da Mulher do Distrito Federal. Leila relatou que o então namorado da vítima, que chamou as pessoas para fazerem o exorcismo e assistiu a tudo, foi colocado como testemunha, e não como agressor. “Ela está sem assistência jurídica, já que a Defensoria Pública só pode ajudar o agressor, e não a vítima”, disse Leila.
Para Jolúzia Batista, ativista da AMB, é preciso acompanhar de perto do crescimento do fundamentalismo religioso. “Parece que podemos fazer valer a crença religiosa a qualquer custo, mas o Estado é laico”, salientou.
A Ouvidoria da Mulher colheu o depoimento da estudante, repassou informações sobre onde ela pode buscar ajuda no Distrito Federal, incluindo assistência jurídica e psicológica. “Vamos encaminhar o caso ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, para que eles possam dar andamento à investigação do fato”, explicou a ouvidora Ana Paula Schwelm Gonçalves.
Entenda o caso - A agressão ocorreu no início deste mês, em 5 de agosto. Após passar o dia numa confraternização em família, a estudante e seu então namorado voltaram para casa. O ex-parceiro achou estranho o comportamento da jovem, que estava embriagada. Ele saiu para procurar “ajuda” e trouxe para casa quatro homens – sendo três homens identificados como pastores – e uma mulher, que supostamente iriam realizar um ritual de exorcismo.
Os pastores teriam arrancado piercings do rosto da jovem, além de baterem nos locais de suas tatuagens. Seus gatos também sofreram ataques, sendo jogados pela janela. Segundo a estudante, seu ex-namorado se recusa a dizer os nomes dos agressores, dificultando a identificação dos mesmos.
O boletim de ocorrência foi realizado na 6ª Delegacia de Polícia do Paranoá. A estudante passou por exames de corpo de delito e aguarda os resultados das investigações.
Fonte: SPM

quarta-feira, 15 de agosto de 2012